STF põe sob sigilo inquérito que apura se Bolsonaro interferiu em investigação do MEC

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O Supremo Tribunal Federal (STF) decretou o sigilo do inquérito (INQ 4896) que apura uma suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas investigações de corrupção no Ministério da Educação (MEC). O inquérito foi enviado pela Justiça Federal ao STF, após a Polícia Federal ter detectado em interceptações telefônicas que o mandatário possivelmente avisou o ex-ministro da Educação, o pastor Milton Ribeiro, sobre as chances de uma operação contra ele.

Agora é esperado que a relatora, ministra Cármen Lúcia, peça que Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre o caso.

Ribeiro é investigado por supostamente operar um gabinete paralelo para liberação de verbas do Ministério da Educação a partir de pagamentos de propina. Ele foi preso preventivamente no dia 22 de junho junto com outros quatro pastores. O ministro já foi solto.

Dias depois, foram divulgados áudios de ligações telefônicas, interceptados pela PF, em que Ribeiro conversa com sua filha, no dia 9 de junho. Nessa ligação, o ex-ministro relata um “pressentimento” de Bolsonaro de que o caso poderia ser usado para atingi-lo politicamente. Ribeiro também menciona a possibilidade de ser alvo de busca e apreensão, o que de fato ocorreu pouco tempo depois.

A conversa fez disparar os alarmes de uma possível interferência de Bolsonaro na PF e nas investigações do caso Ribeiro. O caso foi parar no STF, uma vez que o presidente, por estar em exercício do cargo, tem foro privilegiado e não pode ser investigado na primeira instância.

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